quarta-feira, 20 de julho de 2016

PALESTRA NO ROSA PIGNATARO SOBRE “A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR”

Na noite de ontem (19/07/16), a Professora Elisangela T. Rodrigues, da 3ª. DIRED, numa parceria com a Escola Estadual Rosa Pignataro, ministrou uma palestra sobre A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR.

A palestra aconteceu no auditório do Rosa Pignataro, nas turmas do Magistério, na disciplina de Literatura Infantil, da Professora Terezinha Felipe.
A professora Elisângela começou a palestra questionando  sobre “O que é literatura?”, expondo os gêneros textuais e a literariedade, além de observar os registros mais antigos, desde Aristóteles, pensador grego que viveu entre 384 e 322 (A. C.). Aristóteles que elaborou a teoria de que a poesia (gênero literário por excelência da época) era “técnica” aliada à “mimese” (imitação), diferenciando os gêneros trágico e épico do cômico e satírico e, por fim, do lírico, para em seguida, observar que o pensamento de Aristóteles é questionado atualmente, em virtude da literatura ter evoluído muito nos últimos séculos, aceitando outros gêneros e vivenciando a criação de novos meios de veiculação, como a internet.  
A palestrante observou que no Brasil, a literatura começa com a carta de descobrimento do Brasil, que se insere na “literatura informativa”, ou de viagem e segue vivendo os momentos literários.
Foi explicado que a produção literária no Brasil é bastante significativa e pôde se difundir ao longo do território a partir do século XIX com o fim da censura à imprensa vigente no Segundo Império.
Um dos problemas da literatura no Brasil está relacionado com a leitura e a escrita está relacionada à educação. Porque o Brasil carece de condições que incentive não apenas a alfabetização, mas o estímulo à leitura e à escrita na escola, por isso a importância de incentivar a prática de leitura e da inserção da literatura infantil nas salas de aula.
Com as transformações sociais e de uma nova concepção de criança, na Europa, surge uma literatura especifica para o público infantil. E  quem dá início a essas adaptações é o francês Charles Perrault, considerado o pai da literatura infantil.
“No Brasil, a literatura infantil chega mais tarde, inicialmente com adaptações de textos europeus feitos, por Alberto Figueiredo Pimentel, e só a partir de 1922, surge uma produção própria, pelas mãos de Monteiro Lobato. Nas últimas décadas, a literatura infantil brasileira mostra-se rica e diversificada, com vários enfoques e para todas as faixas etárias.”
O objetivo da literatura infantil, literatura destinada à criança, é oferecer, através da ficção e da fantasia, padrões para interpretar o mundo e desenvolver seus próprios conceitos, porque através da literatura a criança tem acesso à herança cultural, de uma maneira adequada à sua idade, enriquecendo seu conhecimento e construindo sua personalidade.
É  com a publicação dos Contos da mãe gansa (1697),  que continham: A bela adormecida, Cinderela, Chapeuzinho
vermelho, Barba azul, Henrique do topete, O gato de botas, As fadas, A gata
borralheira, O pequeno polegar, entre outros que Perrault se dedica a uma literatura destinada à criança.
Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, que, no século XIX, se destacam na Alemanha, com a literatura infantil e os contos de Grimm, que circulam em tradução portuguesa, estão: A
bela adormecida, Os músicos de Bremen, Os sete anões e a branca de neve, A
chapeuzinho vermelho e A gata borralheira.
 Outros nomes de relevância na literatura infantil são: Hans Christian Andersen com a publicação d’O patinho feio, e O soldadinho de chumbo; Collodi com a publicação do Pinóquio; Lewis Carrol com Alice no país das maravilhas, Frank Baum  com O mágico de Oz, e James Barrie com Peter Pan.

No Brasil, a literatura infantil, surge após a implantação da Imprensa Régia, em 1808, com a chegada de D. João VI ao país. E o destaque é para Monteiro Lobato que criou as aventuras d’O sítio do Pica-pau Amarelo,A menina do narizinho arrebitado,
Reinações de Narizinho, Fábulas de Narizinho, Emília no país da gramática,Memórias de Emília, Jeca Tatuzinho, entre tantas outras.
Atualmente, destacam-se A festa no céu, de Ângela Lago, O Saci e o Curupira, de Joel Rufino dos Santos, Sylvia Orthof, com suas obras A limpeza de Teresa, Uxa, ora fada, ora bruxa, Maria vai às compras, A vaca Mimosa e a mosca Zenilda. Ruth Rocha com O que os olhos não veem, O reizinho mandão, O rei que não sabia de nada. Ziraldo, principalmente com O menino Maluquinho, O menino mais bonito do mundo, A bela borboleta, entre outros.
Na poesia infantil, destacam-se Cecília de Meireles, Vinicius de Morais, Roseana Murray, Elias José, Maria Dinorah, entre outros.
No Rio Grande do Norte, com ênfase na região Agreste, podemos destacar Diógenes da Cunha Lima com A avó e o disco Voador e outras histórias para crianças e O trem das crianças; também destaca-se o livro de contos infato-juvenil A boneca de porcelana e outros contos, organizado por Antonio Carlos Xixiu, Josenildo Freire e Luiz Féliz Neto; além das adaptações dos clássicos da literatura mundial para o cordel do Professor novacruzense Antonio Barbosa.

Referências
CADEMARTORI, Lígia. O que é literatura infantil. São Paulo: Brasiliense, 1986. Coleção Primeiros Passos.
COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. 3 ed. São Paulo: Ática, 1998. Série Princípios.
FRANTZ, Maria Helena Zancan. O ensino da literatura nas séries iniciais. 3 ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2001. Coleção Educação.


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